segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Você consegue falar sobre sexo?



O que é certo? O que é errado? Você pode me dizer? Você não consegue parar de pensar em sexo, eu sei, todo mundo pensa. Ou será que tem alguém diferente de mim? Você tem vontade de vivenciar seus desejos mais íntimos, você pensa neles toda vez que está só no seu quarto desejando que alguém te ame. Ou será que a pessoa com quem você está, não é capaz de realizar os seus desejos? Você já falou sobre isso?
Sempre tive relacionamentos muito loucos, fora do convencionalismo da sociedade. Sim! Mulher casada, mulher com namorado, mulher de conhecido... Nunca tive uma namorada séria, ou melhor, dentro dos padrões da sociedade talvez não porque eu não queria, mas sempre me atraí pela mulher dos outros, será que posso usar esse termo? Sempre gostei de viver situações loucas e inusitadas e sempre tive sorte de encontrar uma pessoa disposta a realizar os seus desejos junto com os meus, fantasias sexuais inesquecíveis. Eu e minha ex-amante escrevemos um conto para esse site e vimos que ele foi censurado, mas colocamos outra vez. Por que isso aconteceu? Eu não sei. Você sabe?
Neste conto não figurará nenhum nome, nada que possa personalizar alguém que viveu a situação mais devassa da minha vida. Deixo a cargo da imaginação de vocês. Imaginem-se vivenciando o que vou narrar nas próximas linhas... Seriam capaz disso?
Eu e minha amante acabamos o nosso caso no início desse ano, mas nos falamos algumas vezes ao telefone e nos reencontramos quando ela veio visitar sua mãe. Depois de três noites tórridas de amor, nos afastamos outra vez. Certo dia recebo um telefonema dela. Nunca mais havíamos nos falado, a não ser por e-mail. Ela havia gostado do último relato que escrevi. Ligou pra me agradecer. Porém a conversa foi se alongando, nunca tínhamos conversado tão serio como naquela madrugada. Falei e fiz coisas que julgava não capaz de fazer.
O diálogo que lerão abaixo é verídico, tirado de uma conversa que durou quase duas horas. Por mim, eu não escreveria sobre isso, mas minha eterna amante fez questão que escrevesse o nosso fim. Ela iniciou grande parte do que lerão agora. Entre trocas de e-mails, acrescentando e retirando trechos, lembrando algo não dito, compusemos nossa conversa.
– Alô? Querido é você?
– Sou eu sim, meu amor. Como você está?
– Estou bem. Com muita saudade!
– Eu também. Tenho saudade das nossas loucuras, minha morena linda e cheirosa.
– Me conta o que você tem feito?
– Tenho saído, beijado na boca, bebido.
– Vai me dizer que não tem transado com ninguém?
– Claro que sim, afinal de contas não sou de ferro.
– Deve ser bem uma das suas putinhas.
– O que é isso? Você sabe que não gosto de meninas novinhas. E até hoje ninguém consegue te superar. Você é única!
– Se eu fosse besta, até acreditaria no que você está me falando agora.
– Deixa de besteira. Afinal de contas, quem é que iria querer fazer amor no cemitério? Ou com o carro em movimento?
– Existem várias mulheres.
– Não como você. Nenhuma tão louca, que me conhece, que sabe me tocar, me dar prazer.
– Hoje você está muito romântico. Mas eu sei que é verdade, afinal de contas, a nossa última loucura deixou isso bem claro, meu amor. Só você mesmo pra fazer isso por mim. Só de lembrar dá vontade de fazer amor com você.
– Eu também estou com vontade. Ouvindo sua voz, me traz a impressão que você está sussurrando essas palavras bem perto do meu ouvido. Posso sentir sua respiração no meu pescoço, sua boca encostando sem querer na minha orelha. Parece tão real. Eu nunca senti algo assim.
– Não fala assim que está me deixando louca. Posso imaginar você na minha frente, com aquele seu olhar de tarado, tirando minha roupa sem me tocar. O olhar que gosto tanto e que me deixa louca. Não faz assim comigo não. Estou carente de amor. Estou querendo ser amada agora por você. Eu agora estou completamente nua, deitada de bruços na minha cama. Estou raspadinha do jeito que você gosta – o travesseiro entre minhas pernas traz alguma lembrança do seu toque, minhas curvas pedem pra serem exploradas pela sua mão, pelo seu beijo. Eu quero te dar todo sabor, amor e prazer que existe guardado dentro de mim, pronto para explodir na hora em que você me faz feliz.
– Assim fico completamente maluco, como queria que estivesse aqui comigo. Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo. Estou completamente excitado, nu, deitado na minha cama solitária que já guardou seu corpo por uma noite. E que noite, você entrando pela porta da frente, todos aqui em casa dormindo. Naquele dia você até dançou pra mim... Como foi bom ver sua cara de satisfação. Você queria tanto isso, fazer amor na minha cama, na minha casa. Imagino você outra vez aqui no meu quarto, beijando o meu corpo todo, mordendo o meu pescoço, passando a sua língua lentamente na minha orelha. Minha mão procurando seu sexo desnudo, podendo provar seu sabor com meu dedos, minha boca beijando seus seios, seu gemido ofegante de prazer, sua mão manejando minha lança que tantas vezes lançou jatos de prazer dentro de você, que tantas vezes recebeu seu beijo, seu carinho mais ousado descendo até o meu saco. Ah como é gostoso sentir isso, sua língua lambendo lentamente a costura do meio, descendo até onde podia, subindo com toda a calma e precisão de uma profissional apenas pra me dar prazer. Posso sentir algo latejando de desejo entre as minhas pernas, estou louco de tesão querendo você montada em cima de mim.
– Mas estou em cima de você, meu amor1 Não consegue sentir o calor do meu corpo, minhas entranhas exalando rios de prazer, derramando a felicidade, desaguando em você. É tão gostoso quando você me deixa assim. Sua língua descendo por pescoço até o fim das minhas costas, meus pêlos completamente arrepiados, sua mão forte acariciando meus cabelos, sua precisão na hora de fazer o meia nove de lado e a posição do candelabro; como foi bom ter inventado isso com você. Seu beijo descendo entre os meus seios, beijava com tanto carinho o meu umbigo, até chegar no vulcão fulminante entre minhas pernas, as coxas duras que tanto você beijou. Seu beijo quente, sua língua me deixava tão doida. Sinto você aqui agora. Como é gostoso, meu amor, sentir que está aqui comigo, podendo me deixar fora de mim, que sensação maravilhosa, gostosa, você me conhece tão bem. Como é bom me derramar toda em você, mas agora eu quero você dentro de mim, vem que eu te quero hoje, pra sempre! Estou pronta pra te receber como sempre fiz. Mais uma vez, vem, quero você.
– Como é gostoso! Estou enterrado dentro de você, meu amor! É tão bom sentir o seu calor mais profano, minhas fantasias devassas e imorais realizadas através do seu corpo; sua pele tocando a minha, nossos suores se tornando um único sabor. Sinto o ritmo aumentar, você está louca, estou ouvindo seus gemidos de prazer, suas ancas sobre minhas mãos; o movimento de subida veloz, a violência com que arranha minhas costas... Que bom! Continua, meu amor! Quero mais. Não agüento de tesão e jogo você contra a parede. Estou puxando seus cabelos com toda minha força, completamente suados. Beijo você com todo o meu fervor. Sinto sua mão me manejando. Como estou maluco! Continua. Você me coloca dentro de você! Estou latejando no seu interior, levanto sua perna pra facilitar a penetração. Estamos os dois espremidos contra a parede, sua língua busca a minha, sinto sua mordida forte no meu pescoço, estamos fazendo movimentos bruscos, agora você está no meu colo com as pernas trançadas em mim. Assim... Isso... Isso... Vem, minha professora do prazer! Minhas costas estão pedindo suas marcas outra vez. Tira-me sangue, o calor dos seus seios contra o meu peito, cavalga, pula, grita, geme de prazer... É assim que gosto de você.
– Empurrei você em cima da cama. Monto em você. Minhas unhas perfuram seu peito, consigo escutar o seu sussurro de prazer. Estou louca! O suor escorre entre meu rosto moreno, os cabelos pretos lisos grudados nas minhas costas, meus olhos negros olham devassamente, meu leve sorriso de satisfação e gozo, meus olhos fecham, meus seios médios balançando entre suas mãos, as gotículas de suor escorrendo na minha barriga. Estou toda empinada pra você, minhas coxas encostam-se às suas pernas que estão estiradas na cama; o barulho da cama só não é maior que meus gemidos. Agora posso gritar... Ninguém vai nos ouvir. Como é bom ser sua! Anda! Bate na minha cara de leve! Isso... Chama-me do que quiser. Ah! Não agüento mais... Você aumentou o ritmo... Não, não, não, não, não, não pára! Ah meu deus! Como é bom! Isso! Mais, mais, mais, mais! Ah! Meu amor! Estou louca, você está ouvindo? Como é bom ser sua. Esparramei-me de prazer na cama, como sempre ao mesmo tempo. Até assim é bom.
– Verdade, meu amor. Foi uma experiência inesquecível! Nunca pensei que faria isso. Só você mesmo, minha morena. Você é maravilhosa!
– Você também, meu amor. Você ainda está ai?
– Calma! Estou tirando a camisinha e amarrando pra não sujar nada. Acho melhor jogá-la no lixo do banheiro.
– Verdade.
– Pronto já estou trancando a porta do quarto outra vez.
– Deita na cama... É melhor amor.
– Já estou deitado, minha deusa.
– Hoje foi tão diferente não foi?
– Verdade. Nunca imaginei fazer sexo por telefone.
– Essa é a terceira vez que faço.
– Deixa de ser mentirosa!
– Sério, meu bem! Afinal de contas, por que iria mentir?
– É verdade. Pra minha primeira vez, foi muito bom. Obrigada.
– Tenho uma surpresa para você.
– Fala o que é.
– Quero que fique calado... Apenas escute, ok?
            – Tudo bem. Estou ouvindo.
            – É verdade! Estou falando sério. Essa é minha maior fantasia sexual e queria que fizesse parte dela. Você tem coragem? Sabia que falaria isso. Ele é de confiança e tem que ser com ele. Vou logo dizendo o porquê disso. Ele tem tesão em você. Você já sabia? Também da maneira que ficou te olhando da última vez que veio aqui em casa e nos viu fazendo amor, acidentalmente. Por favor! Isso é muito importante pra mim. Está lembrado meu amor? Agora vou escrever mesmo. Depois de convencer o meu querido amante a participar da minha maior fantasia sexual, escolhi o dia. O último dia que passei em Manaus depois da minha volta. Trouxe comigo a chave de uma casa que o meu marido ainda não tinha vendido e, numa tarde de julho, eu, meu amante e Davi, um amigo meu bissexual, fomos à casa. Só que o Davi já estava nos esperando lá. Fui buscar meu amor no centro da cidade. Chegando na casa, dei a ordem pro Davi ficar na sala até eu o chamar. Primeiro queria ter mais uma conversa com o meu homem, pois ele ainda estava receoso. Tinha preparado mais uma surpresa pra ele nesse dia. Trouxe de São Paulo, comigo, uma calcinha comestível de chocolate, ou melhor, quatro calcinhas comestíveis. Mandei ele fechar os olhos e fui ao banheiro. Demorei vinte minutos, ele já estava ficando impaciente. Quando abri a porta, fui contemplada com um olhar de admiração e de desejo, estava sendo olhada com olhos de um tarado doido pra tirar o chantili que cobria meus seios e minha calcinha deliciosa. Na minha barriga escrevi com um pouco de dificuldade: FUCK-ME. Meu querido amante ficou louquinho mesmo. Mas com toda paciência, deu-me primeiro um beijo e se dirigiu pra trás de mim – sua língua descia lentamente meu pescoço, sua respiração perto do meu ouvido deixava-me insana. Pegou minhas mãos e me encostou na parede; sua língua foi ao encontro dos meus seios, limpando todo o chantili que havia ali. Depois veio descendo pra minha barriga, lambeu tudo que havia escrito. Eu apenas sussurrava palavras de amor e de satisfação... Como estava gostando daquilo tudo. Ele me pegou pelo colo, deitou-me na cama e me deu um beijo longo e demorado. Pela primeira vez, dissemos ao mesmo tempo, que nos amávamos, foi muito bonito esse momento. Fluiu com a maior naturalidade. Sua boca outra vez explorou meu corpo até chegar a calcinha. Com todo o carinho, fui preparada pro amor... Ele me comia lentamente: sua boca completamente tomada pelo chocolate ia ao encontro da minha boca, depois descia lentamente para o meu sexo quase desnudo. Meus olhos percorriam as paredes de cor amarela clara, minhas mãos seguravam nos lençóis finos de cor branca, a cama de madeira pura parecia estar flutuando, tive a sensação do teto estar caindo sobre nós. Tudo indescritível pra mim, a minha áurea estava completamente mudada. Ver meu amante me dando prazer... São lembranças ainda tão fortes dentro de mim. Levantei-me, dancei pra meu amor, o lençol encobria meu corpo tão desvendado por aquele homem, como se ele ainda não o conhecesse. Dancei deixando o clima dentro do quarto com um ar de mistério, poderia acontecer qualquer coisa. Meu querido amor assistia a tudo fascinado, seus olhos não piscavam. Fui até ele e o encobri com o lençol. Fui pega pela minha cintura e encaixada sobre ele. Cavalguei até nossos corpos caírem cansados de prazer, nossas peles morenas, os olhos castanhos claros fixavam-se nos meus. Meia hora depois deitamos na cama. Decidi que era hora de chamar Davi. Vesti um sobretudo que havia levado e fui até a sala. Davi estava sentado fumando um cigarro no sofá. Peguei sua mão e o conduzi para o quarto. Sentei ao lado do meu amante e pedi que Davi fizesse uma espécie de striper. Sem demora, Davi começou a tirar a roupa lentamente, e não tinha nenhum tipo de pudor. Davi é um homem branco, cabelos pretos, olhos castanhos, corpo normal, devia ter 1,75m de altura, corpo normal. Ele ficou completamente nu. Senti que o meu homem não estava muito à vontade, mas ao olhar pra ele, deu-me um longo beijo e começou a me acariciar. Com um olhar, ordenou que Davi ficasse no mesmo lugar. Então ele ficou sentado numa poltrona, olhando eu e meu amor fazermos um meia nove. Chupava e, ao mesmo tempo, olhava Davi se manejando, mas tenho certeza que não desejava a mim naquele momento. Alguns minutos depois, sou invadida. A sensação de excitação era maior ainda, tinha outra pessoa que nos olhava prestes a participar conosco. E com o decorrer de mais alguns minutos já estávamos completamente soltos. Davi recebeu a ordem pra se juntar a nós. Sua mão acariciou meu seio, sua boca beijou a minha. Estava sentada em cima de meu inesquecível amor e Davi ficou em pé bem na minha frente. Colocou o membro pra eu me deliciar e, sem pestanejar, comecei a chupá-lo. Que cena! Tinha certeza que Davi não parava de encarar meu amor e estava com medo dele parar tudo. Com mais alguns minutos, sou afastada e ele se levanta. Davi fica olhando para ele... Ele caminha em direção à porta. Ficamos parados sem entender nada. Quando ia vestir meu sobretudo pra ir atrás dele, ele volta com uma lata de leite condensado sabor chocolate. Entendi que estava dentro de um pacote que ele trouxera. Ordenou que deitássemos na cama. Abriu a lata com um abridor que ele também havia comprado especialmente pra ocasião. Jogou no meu corpo e em cima do pau do Davi. Não estava entendendo nada, pensei que ele ia cair de boca, estava até assustada. Ordenou que eu chupasse o Davi, enquanto ele me chupava. Ficamos os três fazendo amor com chocolate. E foi muito bom. Davi não agüenta e fala que vai gozar. Ele jorra gala por todo o chão do quarto. Meu amante coloca chocolate nele e penetra-me. Que delícia! Davi agora acariciava meus seios. Ficamos assim por alguns minutos, o suficiente pra que eu gozasse. Mas não era o gozo que eu queria. Ordenei que Davi deitasse na cama e sentei em cima dele. Entendendo a situação, meu carinho foi para direção do meu rabinho. Era agora realizaria minha fantasia. Davi estava excitadíssimo. Quando fui penetrada por trás fui ao delírio. Não saímos mais daquela posição. As pernas dos dois se encostavam, Davi ficou louco, eu estava maluca, os movimentos foram ficando intensos até que sim... Gozamos eu e minha vida na mesma hora. Davi tinha gozado segundos antes. Não agüentou de tesão. Arrumamos tudo e fomos embora. Davi queria saber quando iríamos repetir. Ele sempre liga e pergunta pelo homem que me fez cometer as maiores loucuras da minha vida.”
– Acabou?
– Sim. Acabou, meu bem. Não está tão bom quanto os seus, mas está legal, não está? Não posso negar que você foi minha influência pra escrever. Se tiver alguma coincidência não estranhe.
– Está legal, sim, meu amor. Mas você é louca mesmo. Deu vontade de fazer amor com você outra vez. Estou com muita saudade.
– Eu também. Tenho uma coisa que quero falar.
– Eu também tenho uma coisa pra falar.
– Diz. Acho que no fundo é a mesma coisa que tenho pra falar pra você.
– Então vou falar. Pelo seu tom de voz, sinto que é a mesma coisa sim.
– É que temos que decidir algumas coisas sobre nós dois. Não é verdade?
– Verdade sim. Sinto muito sua falta. E não da pra ficar assim.
– Verdade. Você tem seu marido, no fundo gosta dele um pouco, sim. Eu tenho que seguir minha vida. Lembra que falei que nunca tive um relacionamento sério? Estou sentindo essa vontade. E quero tentar fazer a coisa certa. Entende?
– Entendo sim. Sei que vão ficar momentos inesquecíveis pra nós. Tenho que falar outra coisa. Conheci um cara há duas semanas, mas ainda não rolou nada não... Nem sei se vai rolar. Ele lembrou muito você.
– Cuidado pra não confundir as coisas.
– Não amor. Ele é o tipo de homem que gosto.
– Tudo bem. Maluco como eu.
– Digamos que autêntico e inovador como você.
– Também estou me encontrando com um antigo caso meu. Mas não é nada sério não. Apenas quando queremos sexo. Mas quero mudar de vida, enquanto o dia não chega, vou vivendo do meu jeito.
– Pensei que tinha ido procurar a Isadora.
– Não temos mais nada. Há muito tempo e você sabe disso.
– Fiquei sabendo que vocês foram pra cama.
– O quê?
– Diz logo a verdade.
– Tudo bem. Foi verdade! Não vou negar. Foram três vezes. Duas vezes quando demos um tempo de dois meses no ano passado.
– A outra vez sei quando foi, não precisa me dizer.
– Mas sei que também transou com o Davi. Sei quantas vezes e onde foi.
– Não acredito! Como ficou sabendo disso?
– Lembra que ele tem uma queda por mim. Não foi difícil arrancar informações dele.
– Você não...
– Claro que não fiz nada com ele! Isso nunca irá acontecer.
– Por um momento pensei que seria capaz de ter feito isso apenas pra obter informações.
– Pode ficar despreocupada. Mas está sendo muito boa nossa conversa. Posso te falar uma coisa?
– Fale.
– Cheguei a contar uma vez do meu grande amor pra você em 98... Lembra?
– Lembro.
– Tinha muitas lembranças dela. Esteve aqui no início desse ano e ficamos juntos. Pude perceber que ali tínhamos acabado de vez.
– Você ainda gostava muito dela, não é verdade?
– No fundo ainda sentia falta dos bons momentos. Meu corpo a queria outra vez. Meus pensamentos me traíam algumas vezes antes de dormir. Um processo demorado dentro de mim.
– Hoje você me conhece tão bem que posso falar um segredo: não cheguei ao orgasmo na primeira vez... Eu fingi.
– Por que você fez isso?
– Nem sei dizer, mas não cheguei e você tem um fôlego...
– Mas sei que hoje é diferente. Não é verdade?
– Claro que sim. Foi apenas a primeira vez. Depois da segunda, foi tudo maravilhoso, principalmente na vez em que aprendemos a chegar ao orgasmo juntos. É tão bom! Sentia meu corpo flutuar por alguns instantes.
– Consegui ter uma intimidade com você na cama talvez muito forte. É gratificante saber que uma pessoa me conhece tão bem. Fizemos tantas loucuras que ficam espantados quando conto. Meus amigos já quiseram te conhecer, mas nunca quis que acontecesse.
– O que interessa é que sabemos que é verdade. Que faz parte das nossas vidas, vai ficar guardado pra sempre. Verdade. Foram tantas loucuras. Sinto sua falta.
– Também sinto a sua. Mas foi como falamos. Um dia teria que acabar. Afinal de contas temos que seguir com a vida.
– A verdade dói, fere, mata. Mas o que podemos fazer? Nada!
– Não fica assim não.
– Calma, amor! Eu estou bem.
– Tudo bem, minha inesquecível mulher, amante, companheira, louca para viver seus desejos. Foi tão bom. Vai ficar sempre guardado.
– Espero que encontre alguém legal. Está mesmo na hora de ficar um homem sério.
– Verdade. Cuide-se tá bom. Não deixe ninguém magoar você. E tente viver bem com o outro lá.
– Não se preocupe. Vou fazer o que é melhor pra mim.
– Tenho que ir. Tenho que acordar cedo amanhã e já passam das duas horas. Qualquer coisa...
– Tudo bem. Boa noite. Sonhe comigo pela última vez.
– Sempre sonharei com você.
– Também vou sonhar com você.
– Que bom! Beijos...
– Pra você também.
Nossa conversa foi como escrito nas linhas acima. Lógico que não colocamos tudo porque existem detalhes que merecem ser ocultados por serem intimidades nossas. Foi realmente muito gratificante ter conhecido essa mulher e ter vivido um tórrido caso de amor com ela. Pude liberar os meus instintos e desejos mais profundos. Loucas fantasias e momentos foram realizados e, por incrível que pareça, minha maior fantasia ainda não foi realizada. Mas um dia será. Não fico me perguntando por que não foi com ela? Não quero saber o porquê. Apenas não aconteceu.
Agora reflitam, olhem o passado de vocês. Com quem vocês estão se envolvendo agora? Você consegue falar sobre sexo? Consegue viver seus desejos? Você pensa em sexo todo dia, eu sei, sente desejo como todo ser humano, isso todos sabemos. Mas por que você não consegue falar abertamente sobre sexo? Tem vergonha do que possam vir a pensar de você? Você já criticou alguém não foi? Ou talvez ache que não deveria sair contando o que faz na intimidade? Todo mundo já sabe! A maior intimidade não é o que é feito, mas sim, como é feito e o que é falado e trocado numa relação sexual.
No meu sonho mais profundo ela ainda vive. Ela me consome, causa-me devaneios. Tenho que a alcançar outra vez. Tenho que me concretizar através de todo o prazer que ela me deu. A fantasia sexual sempre habitará minha alma.

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